quarta-feira, 26 de novembro de 2014

ALIANÇA ENTRE SISTEMA EDUCATIVO E TECNOLOGIA

Lemos na tese de doutoramento de Benedito (2007) que
«o aumento qualitativo e quantitativo dos sistemas educativos a sua complexidade – que põe à prova a capacidade das burocracias centralizadas em manter a qualidade do ensino ministrado; o aprofundamento da democracia consubstanciada na reivindicação de uma maior participação dos beneficiários do sistema educativo na definição, implementação e controlo das políticas educativas; o surgimento das novas tecnologias de informação e de comunicação como elemento importante na construção de sociedades de conhecimento e informadas constituem, seguramente, razões a considerar nos processos de descentralização [dos sistemas educativos], cujas vantagens não podem ser descuradas» (p.67)).

Nesta citação, apercebo-me das mudanças que as novas tecnologias trazem à  estrutura  os sistemas educativos...
Se as práticas dos professores incluírem as novas tecnologias como recurso e se forem bem exploradas permitem que a sala de aula se prolongue para além do edifício da escola. Ora, isto faz repensar o sistema educativo que temos e o que queremos. 



e práticas pedagógicas…








A utilização da tecnologia na sala de aula e na escola traz novos desafios e novas alterações ao processo de ensino e de aprendizagem e também, por sua vez, ao currículo e aos modelos de sistema educativo.
O b-learning é o resultado de uma articulação entre a sala de aula e a tecnologia num ambiente bem conseguido em que a sala de aula esteja integrada num programa multimédia bem desenhado. Fomenta a interação entre alunos-professor, alunos-alunos, alunos-saber/conteúdos. Também é dirigida e adaptada a alunos com NEE.
Este novo recurso de ensino e de aprendizagem implica diferentes recursos, diferentes espaços e uma nova abordagem dos processos didáticos que sejam capazes de explorar os pontos fortes da tecnologia online em contexto educativo e que segundo Angélica Monteiro e J. António Moreira (2013) passam pela «flexibilidade de tempo e espaço, sinergia a nível de partilha de ideias, possibilidade de diálogo refletido, centralidade do estudante, interação informal devido ao grau de anonimato proporcionado pelas tecnologias, acesso a materiais, fontes de informação e especialistas geograficamente distantes e possibilidade de inovação pedagógica» (p.36).

Sendo um recurso a explorar, não se pode descurar o papel do professor que não é anulado nem apagado, pelo contrário. Cabe ao professor garantir o acesso a todos, gerar motivação, possibilitar a participação de todos e intervir na troca de informações de partilha, corrigindo aos alunos, encaminhando-os na construção da sua aprendizagem.
Contudo, este novo recurso traz novos desafios, como novas formas e comunicar para professor e alunos, realçando que ambos são importantes e responsáveis pelo processo de construção de aprendizagens. Traz novos desafios à elaboração e conceção do currículo e à organização dos sistemas educativos uma vez que a sala de aula não se restringe ao espaço físico da escola. Esta prolonga-se nas salas virtuais de discussão, nas trocas de e-mailes, nos fóruns, na plataforma LMS, no portefolio digital, na web2,…

Cabe ao professor usar esta ferramenta como recurso didático e pedagógico, incorporando-a nas suas planificações e usando-a como um recurso com naturalidade, normalidade como se usa o manual, por exemplo. Assim, estar-se-á a contribuir para a sua rentabilização e para o desenvolvimento de comunidades de aprendizagem fortemente interativas onde não é descurada a componente social nem de ensino. Cabe à escola saber ensinar isto aos alunos, mas cabe sobretudo a cada professor ter consciência dessa necessidade premente para que nas suas práticas pedagógicas possa levar os alunos a aprender através, com e nos suportes tecnológicos, familiarizando-se com esse recurso tão necessário no seu futuro. Por arrasto, a escola e o sistema educativo pensarão nas alterações do currículo que daqui terão que nascer e da alteração do modelo de sistema educativo.

Bibliografia:

  •  Benedito, Narciso Damásio dos Santos (2007). CENTRALIZAÇÃO DE SISTEMAS EDUCATIVOS E AUTONOMIA DOS ACTORES ORGANIZACIONAIS. Processos colectivos de interpretação das orientações centrais,  tese de doutoramento apresentada à Universidade do Minho - acedida em http://educar.files.wordpress.com/2008/08/centalsisteduc.pdf
  • Monteiro, Angélica; Moreira, J. António; Almeida, Ana Cristina; Lencastre, José Alberto (2013). Blended learning em contexto educativo - perspetivas teóricas e práticas de investigação, Santo Tirso: De facto Editores (2ª edição).

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